terça-feira, 24 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #132 António Ramos Rosa


Neste intervalo o poeta foi descansar. Ou, quem sabe, espalhar por outras dimensões coisas desnecessárias (como são grande parte das coisas belas)...



Este poema é absolutamente desnecessário

Este poema é absolutamente desnecessário
pela simples razão de que poderia nunca ser escrito
e ninguém sentiria a sua falta
Esta é a sua liberdade negativa a sua vacuidade dinâmica
e o movimento da sua abolição
a partir do seu vazio inicial
Mas qual é a sua matéria qual o seu horizonte?
Traçará ele uma linha em torno da sua nulidade
e fechar-se-á como uma concha de cabelos ou como um
                                                                                 [útero do nada?
Ou será a possibilidade extrema de uma presença inesperada
que surgiria quando chegasse a essa fronteira branca
que já não separaria o ser do nada e no seu esplendor absoluto
revelaria a integridade do ser antes de todas as imagens
a sua violência inaugural a sua volúvel gestação?


António Ramos Rosa
in Deambulações Oblíquas

domingo, 22 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #131


 
 
 
“Every now and then go away, have a little relaxation, for when you come back to your work your judgment will be surer. Go some distance away because then the work appears smaller and more of it can be taken in at a glance and a lack of harmony and proportion is more readily seen.”
  Leonardo da Vinci (Foto retirada da internet)

(...) a vida nos intervalos #130


Hoje ao jantar foi mais uma vez ele que se lixou...

Foto retirada da internet

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #128





“Nothing, Everything, Anything, Something: If you have nothing, then you have everything, because you have the freedom to do anything, without the fear of losing something.”   Jarod Kintz, This is the story my great-grandfather told my father, who then told my grandfather, who then told me about how The Mythical Mr. Boo, Charles Manseur Fizzlebush Grissham III, better known as Mr. Fizzlebush, and Orafoura are all in fact me...


(...) a vida nos intervalos #127

 
“It is the hour of pearl—
the interval between day and night when time stops and examines itself.”  
John Steinbeck, Cannery Row    

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #125


“I don't judge people.
It blurs out the center of my attention,
my focus,
myself.”  
Toba Beta, Betelgeuse Incident

Sorriso / (...) a vida nos intervalos #124

Porque ontem foi o teu aniversário,
mas foste embora demasiado cedo
porque a memória do teu sorriso se misturou hoje com as imensas gargalhadas das crianças no teatro

Fica este intervalo com uma canção que a mim te traz há mais de 15 anos.


Sorriso, Trovante (do álbum 84)

domingo, 15 de setembro de 2013

Amor

Foi então que o vi.
Ali mesmo, ao meu lado, ao vivo e a cores: O Amor.

Teriam ambos mais de oitenta anos.
Ela - uma Senhora belíssima;
cabelo branco bem penteado, vestido muito elegante
 em preto e cinza claro.
Ao seu lado, Ele - polo Azul escuro e calça clara.
 No porte via-se que terá sido um jovem forte, do tipo "atlético".

A imensa insegurança nos movimentos e a "distância" no olhar dela,
eram contrariados pela firmeza com que ele lhe guiava os passos,
enquanto gingava o corpo ao som da Bandalhada
e pelo sorriso absolutamente enternecedor que partilhavam.

Fosse eu uma ladra de almas (e/ou tivesse zoom) e tê-los-ia fotografado.

Desconsegui conter uma lágrima.

Era suposto ser assim...
É assim que deve ser.

(...) a vida nos intervalos #123

Bandalhada, Campo Pequeno
(integrado na 1ª Mostra de Atividades Culturais - MOVES)

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #120


Para que servem os transportes públicos?


“In the dime stores and bus stations

People talk of situations

Read books, repeat quotations

Draw conclusions on the wall

Some speak of the future

My love she speaks softly

She knows there’s no success like failure

And that failure’s no success at all
Bob Dylan, “Love Minus Zero / No Limit” (1965)”  





quarta-feira, 11 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #119


Acordei hoje em Aveiro, em boa companhia mas com os dedos dormentes, a indiciar enxaqueca.
Dois migraleve e duas horas e meia de comboio depois, a dor persistia, acompanhada de náuseas... um horror do tipo fazer "deitar a toalha ao chão", que é como quem diz, deitar e esperar que passasse.

O compromisso assumido de iniciar hoje as Aulas de Expressão Dramática para Não Actores, lá me fez ir até Campolide.

Duas horas em que, juro-vos, não me doeu nada de nada.
Cerca de uma hora depois, a dor de cabeça cá está, mas também, e sobretudo, a sensação de um serão fantástico com um grupo muito simpático, cujo líder é assumidamente um "homem de regras" :)

Excelente intervalo que, de brinde, permitiu ainda conhecer o trabalho interessantíssimo do fotógrafo Slinkachu!


What brings us together and what keeps us apart

terça-feira, 10 de setembro de 2013

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #114


Those were the days - Theme song

Suponho que "estar a ficar velho" é isto:

Pausa para almoço com E., sem registo fotográfico devido a desmemória.

Vinte anos depois parece que foi ...anteontem!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #112




Lisboa, és só tu e eu
Lisboa, és só tu e eu

Confesso-me a ti
Ó cidade de noite encantada
Lembras-me a vontade
Hoje eu vou ficar

E passo por ti
Condenado ao vazio
A ansia de querer voltar
O adeus que não te vou dizer(?)

Espero aqui
Com o mar (completamente des)controlado
A história de querer um futuro
A idade de me (re)conhecer
A cidade por descobrir
O olá, vou ficar

Lisboa, és só tu e eu
Lisboa, és só tu e eu
 
Tara Perdida (adapt)
 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #111


Dado que o intervalo de hoje foi, na verdade, uma bela sesta, fica uma foto de ontem...
E um poema magnífico de Nuno Camarneiro

Geográfica

Há lugares feitos para doer
para que o mal tenha chão
morada e um código postal
Há ruas onde não durmo
ruínas que foram casa
paredes que já não são
E o amor se ainda houver
há-de encolher-se também
sofrido por onde caiba


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

domingo, 1 de setembro de 2013

(...) a vida nos intervalos #109

“She waited for the train to pass. Then she said, "I sometimes think that people’s hearts are like deep wells. Nobody knows what’s at the bottom. All you can do is imagine by what comes floating to the surface every once in a while.”  
Haruki Murakami, Blind Willow, Sleeping Woman