terça-feira, 18 de março de 2014

Do envelhecer

A House Where Nobody Lives*

Velha. Definitivamente velha. Assim… subitamente. É como me sinto”

“Pudera, contas praticamente meio século!”

Olhou a amiga, agradecendo em silêncio a mordacidade quase cruel com que sabia poder sempre contar e, que, quantas e quantas vezes a impedira de cair em buracos de onde seria incapaz de sair!

Que sim, disse-lhe ela, já reparara nas rugas, o corpo há muito lhe dissera que alguns sonhos seriam sempre e só isso e a cabeça não era já tão ágil. Mas isto, era novo. E teceu toda uma tese sobre lutas e conformismo

 “És só uma casa,
mais uma casa,
onde ninguém vive.”

*Roubado ao mais cavalheiro dos músicos, o Senhor que espera (sempre). Grata, Tom.

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